AS ARANHAS DA VIDA

AS ARANHAS DA VIDA

Sorrateira, a gentil senhora

Despertava em toda gente

Desejos de bem querer,

Com dissimulada inocência.

Volúpia bem disfarçada.

Com ares de faz de conta,

Dizia nada querer,

Enquanto ardente esperava.

Qual donzela encasulada,

Sua teia preparou.

Amante fácil aguardava,

A vítima que se encantou.

Nada queria a princípio.

Só tinha a oferecer.

Sugou dos pés a cabeça,

De tudo quis aprender.

Sem pudor se ofereceu,

Abriu se lambuzou e lambeu

A vida de incauta presa

Qual incansável devassa.

O que restou foi tão pouco,

Que nada se pode fazer,

E a aranha continua,

Na mesma teia a tecer.

Claudio De Almeida
Enviado por Claudio De Almeida em 11/11/2009
Reeditado em 29/04/2017
Código do texto: T1917925
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