HISTÓRIA DE AMOR

No Porto Solidão os amantes se olhavam sem mais poder compreender.

Em uma antiga varanda com a lua confidente da doce Itália.

Ele olhava a moça nos olhos, um paraíso que o absorvia e calava.

Ela retribuía com um doce sorriso memorizando a eternidade daquele instante.

E se lembravam daquelas noites em que o amor os transformou em um só coração!

E de todas as juras de felicidade, um amor que derretia o sangue nas veias.

Mas o som das trombetas de Marte separava aquele amálgama perfeito.

Quando ele foi convocado a se alistar nas tropas do exército para a guerra.

E ele dizia: Amo tanto você, morreria por você a cada instante.

Um abraço caloroso da amada retribuía o mesmo amor com tantas lágrimas.

Eros e Vênus suspiravam diante daquele quadro do verdadeiro amor!

E choravam por saber que o adeus guiava cada passo do soldado triste...

Sem olhar para trás ele seguiu seu caminho engolindo seco, enxugando o choro.

Ela de longe acenava com um lenço branco que continha tantos segredos...

E sabiam que aquele momento poderia ser o último a envolver suas vidas.

Ela com as mãos na barriga tentava mostrar ao futuro filho quão corajoso era seu pai.

Aquele filho seria o fruto da felicidade tantas vezes esquecida!

Antes de nascer já era amado, mas não conheceria seu pai.

Apenas as memórias de sua mãe traziam seu pai para perto dele.

E guardava os relatos em seu coração com muito orgulho e amor.

Naquele dia a tempestade impedia qualquer tipo de ação militar.

Mas um dos soldados se perdeu e o jovem corajoso se prontificou para procurar.

De repente sentiu um disparo e o sangue correr de seu peito viril.

E só lembrou de sua amada e do filho querido, quando o escuro abateu seus olhos no mês de abril...

Daniela Moura Rocha de Souza
Enviado por Daniela Moura Rocha de Souza em 13/07/2006
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