Profundamente em Silêncio

Olha-me nos olhos, tão profundamente que me constrange.

Parece decifrar meus segredos antes que eu os conte.

É como se toda a vida estivesse me observando, me fitando, me filmando.

E fala tudo o que eu quero, mesmo quando não sei o que dizer.

E de uma forma tão natural, é a expressão exata de todas as palavras que não se pode dizer apenas com palavras.

Fala de coisas que não conheço, com cautela, como se tivesse medo de possível depreciação.

Não sabe, no entanto, que a chuva não tira a beleza do sol, que as nuvens não escondem o seu brilho e que o dia é ainda melhor depois da noite.

E como uma música sublime pronuncia meu nome.

Meu coração desperta em um salto só.

Não há como fazê-lo parar.

Sua voz agita, encanta, descansa toda tempestade em mim.

Ainda mais doce me torno, mais encantada, mais calma, mais fascinada.

O sublime se rende ao encanto do céu.

Desse céu, desse mar, desse seu.

E todos os poemas e canções agora tão efêmeros, não conseguem desenhar as nuances de teus olhos.

Que me fixam me tirando o fôlego.

E antes que eu diga alguma coisa, seu sorriso preenche o ambiente.

Torno-me imóvel, apenas observo.

Sem nenhuma palavra, o silêncio é profundo.

São mares e rosas, águas de outono.

Observo sem nenhuma palavra.

Apenas observo o pôr-do-sol.

Lembrando-me do que mais amo, você.

JOELMA OLIVER
Enviado por JOELMA OLIVER em 28/11/2009
Código do texto: T1949109
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