Meu amor, onde estás?

Amor, esta grande utopia;

Verdade em que te digo

Sonho real de que não vivo:

O que é vive-lo, amor?

Procuro, encontro em mim:

Por isso acredito!

Procuro, não encontro em ti:

Onde está meu amor?

Solidão, esta companheira;

De perceguição e glórias me sujas,

E nessa minha eterna busca sem paz,

Onde estás amor?

Vazio, preencho-me de nada;

É nisso que me transformo por inveja;

Um ser oco de rústicos rabiscos:

Poetas não sabem amar, não merecem.

Dor, sonda-me de costume;

Transforma-me com a mentira humana,

E como é mentiroso o coração:

É este amor que sempre encontrei.

Morrer, talvez fosse a solução;

Se na morte não haver sentimento,

Que me baste vida sem compreenção!

Morrer não te traria, amor.