Tuas palavras

Tomo pra mim tuas palavras
Elas me fazem sentir o teu carinho e amor
Até me fazem sentir também o teu calor
Sinto ciúme das caracteristicas
Que não se encaixam no meu ser
Ponho nas minhas palavras
Todo o desejo de viver
Todos os momentos imaginados
Todos os momentos vividos
Todos os momentos guardados
Todos os desejos comuns
Quando ouvi a tua voz arfando de aflição
O teu silêncio me pedindo pra te abraçar
Eu lamentei não ter o direito
De ser teu amparo, teu ombro amigo
De ser teu consolo, teu maior abrigo
De poder enxugar tuas lágrimas
Com o calor da minha boca
De não ser teu ninho de paz
No momento que você precisava
De poder estar tão perto
Não com o meu olhar de pena
Mas com o meu olhar terno
Que te chamasse para junto de mim
Quis correr em teu socorro
Naquele momento de fragilidade
Que mostrou toda a sua confiança
E mais uma vez a nudez da tua alma
Sem nenhuma vergonha
Me pedindo pra acalmar teu coração
Por isso, eu sinto ciúme
Dos olhos azuis
E da boca carnuda
E outros atributos físicos
Que nada tem a ver comigo
Quase sempre somos traídos pelas palavras
Nas entrelinhas de versos contidos
Elas revelam nossos segredos
Sentimentos teimam em aflorar
E deixam à mostra o nosso eu nu
Tomo pra mim tuas palavras
Não para descobrir teus segredos
Tão pouco para ver a tua alma desnuda
Senão pra buscar os sinais do teu amor por mim
E os sinais implicitos do teu desejo sem fim