Amor ateu

Desfaço-me em pranto e me refaço num sorriso,

Morro na espera de um olhar... Ando numa estrada

Repleta de rosas e espinhos... Caminho mudo

Com os pés descalços e com o coração desnudo

Seu torpor me vem no sopro de uma vã lufada

Que o vento me desfere como um raio preciso

Desenha teu rosto no céu num sutil degradê

De luzes e cores... Instantes de imenso primor...

Ando nas estradas de sonhos e de verdades

Na escassez de esperança afogada em saudades,

Sinto meus versos embebidos no vão torpor

De ser livre e não querer viver em liberdade...

Pássaro sem asas... Aos teus pés, um mendigo

De carícias percorrendo teus caminhos

Fiz da solidão companhia nestes horizontes

Velhos e errantes... Sigo escalando novos montes

Árduos e infortúnios buscando cálidos ninhos

Um repouso, um pouco de paz e um novo perigo...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 15/12/2009
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T1980259
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