Preâmbulo

Já sabíamos, não seria a primeira vez,

Não seria a ultima, e nem quantas viriam...

Pois quando a alma alcançou a tez,

Parece que os segredos do mundo sumiram...

Pois ali estavam eles, entre nossas mãos,

E escorrendo entre nossos dedos...

Caindo ao chão como grãos,

Germinando a coragem por entre nossos medos...

Que assim se entregam, esperando a rotina,

Esperando a fórmula de ser um mesmo...

Como uma mesma sombra na cortina,

Como uma parte igual de um sesmo...

Pois na matemática do nosso beijo,

Dois se transformaram em um...

As línguas desenroscaram mil desejos,

Mesmo que não houvesse sentido algum...

Sentido e sentimento... Talvez ressentimento,

Mas é amor, quando nosso perfume exala...

É mais que amor, quando há qualquer momento,

Ouvimos a voz, do nosso corpo que fala...

Talvez até grite, ao toque que lhe faz arrepiar,

Na mão que lhe percorre e acaricia...

Fazendo-lhe como estrela... Brilhar,

Prolongando minutos em horas, como magia...

A mesma magia, que nos transforma em loucos,

E assim o tempo acelera, a cada vez que nos amamos...

As horas se transformam em minutos que são poucos,

Como poucos também seriam os 365 dias do ano...

E eles haverão de passar diante de nosso olhar,

E sem que percebêssemos... Vamos envelhecer...

Com mesma forma gentil de se amar,

Mas em muitas formas de se ter, por se ter...