A rosa nasceu numa fenda do concreto
No espaço improvável cresceu radiosa
A rudeza do cimento áspero e bruto 
A fez mais bela e ainda mais cor de rosa
 
Como pode esta flor ter nascido ali?
Inquiriu com desdém a gente curiosa
Não sabem, que a natureza desenha
Seus encantos de maneira astuciosa
 
A flor simplesmente cedera sua beleza
Sua ternura e sua maciez espantosa
Contrapondo-se ao cimento horroroso
Para que a vida se tornasse graciosa
 
A beleza, contudo não resiste ao tempo
Nem aos mistérios da mãe caprichosa
A frágil flor pereceu num temporal
Retornou a paisagem cinza e asquerosa
 
Um dia, todavia o sol voltou a brilhar
Rebrotou a roseira da semente teimosa
E nos braços da primavera itinerante
Renasceu tímida, a flor despretensiosa!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 24/12/2009
Reeditado em 29/09/2023
Código do texto: T1994213
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