Saudade doida

Uma dor doída
de uma saudade doida
dói o meu peito
quando você se afasta de mim
Cada segundo é mais um pouco
para reter você comigo
Naquele respeitoso beijo de amigo
de um lado e outro do rosto
Chego a sonhar com a tua boca entre aberta
à procura da minha
Chego a sentir da tua lingua o gosto
Seguro e solto ligeiro a tua mão
abdicando da vontade de puxar você pra mim
Ficam comigo
nossos gestos estudados
nossos desejos contidos
Apenas nossas palavras são livres
Nosso tempo é curto
para dizermos o que precisamos
Me afasto de você a lamentar
não poder te abraçar
não poder te tocar
não poder te beijar
não poder passar a mão no teu rosto
não poder pegar na tua nuca
não poder viajar nas tuas curvas
não poder beber o suor do teu perfume
Você vai e eu fico
com a minha dor doída
de uma saudade doida
que dói o meu peito
quando você se afasta de mim