Num repente tudo emudeceu... Palavras destoam do contexto e adejam perdidas nos tons da valsa de partida. O silêncio venceu...
A luz apagou e respingam no ar salsada de aromas gélidos da saudade. Na penumbra a se avistar vultos afastados, da consonância isolados.
Na dança da vida faltou harmonia... Corpos sem sintonia, mãos vazias... Dissonâncias de sentimentos agitam os pensamentos em desalinho, os passos perdem o compasso.
Num período exato, o cultivo inexato da semente do amor. Plantei flor, brotou espinho... Só o vento baila lá fora e sopra sons estranhos na noite silente...
Perdida doce magia mesclada de solidão e agonia... No rodopiar do tempo o afeto se fez terra deserta, um chão frígido e infértil.
No coração bailam inertes emoções trincadas, no intricado descompasso do desatar dos laços...
Falseou o conforto do abraço, restou a partitura inacabada de um sonho desafinado... Em acordes lentos, lágrimas desabam em notas dissonantes de desabafo...