Os Olhos Teus...

Quarto escuro, madrugada fria...

Descerro as cortinas e as janelas.

Sopra aromas de flores amarelas

O amor, sempre sorrisos e alegria,

Que me beija a tez morena da face,

Inunda-me e entorpece o olhar

De olhos que minha alma invade

Como vagas, espumantes e tais,

Que olhos meus não viram iguais...

Onde dormia?

Ah! Ânsia danada da espera!...

Desfaço-me, adoeço e morro por ti!

Vontade insana de te dar um beijo!

Cobrir de perfumes os teus cabelos

E, num desvario meu, beber em teus

Lábios mel, que mais doces nunca vi!

Quero beijar-te com os olhos sorrindo

Enquanto a gélida tristeza se consome

Em sonhos de teus olhos caprichosos

Em momentos mágicos voluptuosos

Onde a natureza se embebedou com

Os homens!

Olhos mansos que elevam colossais

Desejos até a abóbada celestial...

Azuis brilhos de beleza coloradas tais

Quais estátuas gigantes de mármore

Em paradisíaco pedestal

Deslumbrando olhos dos pobres...

Olhos pintados a mãos de soberbas

Ornamentações que ornam de bordado

Dos cristais os enfeites dos corações...

Olhos fulgentes dos sóis diamantes,

Esplendorosas luzes deslumbrantes,

Primores sacrossantos realçados

Pelos formatos mais fantásticos

Onde predomina o amarelo nanquim...

O mais precioso tesouro e ornato,

Se ontem me desfiz e hoje me desfaço,

É por que eu não os tenho aqui, olhos

Tais... Juntos de mim!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 27/12/2009
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