Sobre a morte, após a morte

Morri quando te conheci. Você me matou. Meu sorriso se fez outro, assim como meu olhar, que só tinha olhos para os seus.

Morri quando te conheci, e ao tentar escrever prosa escrevi poesia, versos alexandrinos metrificados, com rimas ricas de palavras iguais.

Morri quando te conheci, e ao tentar pensar em mim pensei em você.

Nasci quando te conheci.

As letras desconexas se formaram em versos

E a morte que até então vivia foi morta pela vida

Pela sua vida não sabida,

Pelo encanto da mulher de Vinícius.

E o sorriso que trazia na face adquiriu algum sentido

Pelos seus lábios tão formosos,

Que precisavam de qualquer maneira se encaixar aos meus

E se tocar aos meus, se fundir aos meus

Nasci quando te conheci,

Depois morri

Porque você foi embora,

Depois nasci

Porque você voltou.

Depois morri, e nasci, e morri infinitas vezes.

E nos casamos.

E então vivi.

De maneira bela e simples, como o soar do nome da pessoa amada.

Vivi.

Marilia Westin
Enviado por Marilia Westin em 30/12/2009
Código do texto: T2002468
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