O primeiro Sorriso S2

Numa noite de dezembro

Estava pela relva a andar

Um humilde pastorzinho

Que de suas Ovelhas cuidava

E o céu assim admirava:

- De que serão feitas- pensava -

Estas lindas estrelinhas?

Por certo são sorrisos plantados

Por singelas criancinhas...

E assim, sonhava acordado

Quando viu uma estrela cadente

Passar por ele tão rente

Varrendo de norte a sul

Cruzando por todo azul

Por entre nuvens , voado.

Seguiu o pastor confiante

O rastro firme, luminoso

Que terminava, lustroso

Numa gruta pequenina

Pobre, de chão de terra

Que ao Amor predestina.

Dentro dela, ele avistou

Uma moça de tez complacente

Que olhava com tanto carinho

Todos que por lá chegavam

Que tomou-se de coragem

Aproximando-se de mansinho.

Uma vaca, ovelhas, burrinhos

Esquentavam com seu calor o lugar

Onde se via em bercinho de palha

Uma Criança, pequenina

De estrelas no olhar

E doce vozinha a murmurar.

A Ela reverenciavam

Reis magos, ajoelhados

Oferecendo riquezas, presentes

Obras de pura beleza e amor

A demontrar seu apreço

Pela vinda do Senhor.

A Mãe, em seu coração,

Guardava-os singelamente

Agradecendo a viagem

Até que chegou a vez

Do pastor render homenagem.

Como nada tinha o menino

Retirou do bolso três bolinhas

Feitas do couro mais fino

Tirado das ovelhinhas.

E mil piruetas ele fez

Rodopios de mão dada

Malabarismos, balança

Foi tanta alegria demonstrada

Ao conhecer a Criança...

Que Ela sorriu !

Paz na Terra...

Fez-se a Luz...

E dizem foi assim

Que se deu O Primeiro Sorriso

Do Menino Jesus.