implacável tempo


o tempo
sem remorso
gira os ponteiros
passam as horas
e sombras sem formato
vagam pelo quarto
tremulando à luz
que tênue
ilumina a solidão
dolorosa
implacável
neste infinito
de ninguém
sem alguém
sem ontem
ou amanhã
sem razão
um deserto
de angústia
sem sentido
sem saber
sem querer
quedo cansada
na vigília que não termina
à espera de quem não vai voltar

06/05/06