O Homem Que Colhia Flores!

Eflúvios das flores que desabrocham

Somente em noites de prateado lunar,

Em dança libidinosa rodopiam no ar

Colorindo todo ambiente onde exalam...

Eram essências das camélias e roseiras

Amalgamadas em deliciosas fragrâncias

Das hortelãs e das flores das laranjeiras

Em mescla divina com outras substâncias.

Penetram e aprofundam em si mesmo

Num revoar de névoas novas e líquidos

Enriquecido pelos goivos e pelos lírios

Que balançavam as suas folhas a esmo.

Num espetáculo colorido de absintos;

Numa tarde crepuscular que já morre.

O tempo, meu amigo, não passa. Corre.

Como os eflúvios das rosas e jacintos.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 01/01/2010
Código do texto: T2006330