SEGREDO

Guardo-te, meu amado.

Guardo-te num recanto do passado.

Onde só eu visito.

Tudo é tão bonito.

Guardo-te, precioso.

Lá tudo é maravilhoso.

Eu contei meu segredo à lua.

Que quieta o guarda pra si.

Contei a uma brisa que passou de leve.

E ela levou consigo o meu segredo.

Parece que antes de partir ela me disse.

Não tenhas medo.

Contei a uma ave que pousou na minha árvore favorita.

Uma ave tão bonita.

E ela, talvez emocionada com a minha história, cantou pra mim.

Cantou uma linda melodia.

Era pura poesia e a tarde morria.

Meu querido, por que te guardo?

Por que insisto em guardar tudo isso?

Porque contigo conheci o paraíso.

E despencavam estrelas no chão pelas ruas em que andávamos.

Que tempo bom experimentávamos!

Que é feito de nós?

Não sei.

Só tenho conhecimento que te procurava.

Em todas as esquinas do mundo eu te buscava.

E te encontrei.

Guardo-te sim.

Guardo-te no mais fundo, no mais profundo.

E conspira comigo o próprio mundo.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 04/01/2010
Reeditado em 16/04/2011
Código do texto: T2010335
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