Por amor

Por amor fui obrigada a esquecer do ritual

No calor dessa jornada

Como um grito matinal

No tempo em que amarelam flores

Num jardim de águas cálidas

Lodosos pisos escorregadios

Na vida breve, encobrem e silenciam

Os desejos e medos, do ir e vir

No corpo suado cedo sua nua rua

Virei córrego suspenso de ponte roliça

E atravessam pés descalços

Em tempo de laços entre pedaços

Regaço de chuva amanhece

Orvalho com temperança

Ao ser que enseja da vida

Viver, crescer e morrer de amor.