CORAÇÃO
 
Sinto ondas que cortam minha pele
Num mar de palavras tristes
No apogeu das vagas estrelas
Que esvaziam minha noite trêmula
 
Sinto um aperto no peito
Que rasga a via-láctea do meu coração
Desenhando os traços que pintam
Em cores vivas a vida da minha solidão
 
Já não sou brilhante quando a chuva passa
E o céu fica escurecido pela incerteza
Que vai devastar todos os dias de beleza
 
Não sou mais ilusão
Sou um passado desfolhado
Paz que virou um quadro deformado