S.O.S. AMOR

Confesso: não sei nadar.

Me contentava em observar a água de longe.

Da borda, via os que se divertiam ou sofriam

Molhava apenas os artelhos.

Insegura. Sonhadora. Deslumbrada.

O encanto do mar me roubou o siso.

Fechei meus os olhos. Sumiu o risco.

Caminhei por entre as pedras.

E me molhei um pouco mais.

Agora era paixão. Desejos.

O mar, todo sedução, me cobriu o corpo.

Enquanto suas ondas ainda beijam a praia.

Apavorei! Gritei até perder a voz.

Se escutastes, com certeza não ouviu.

Agitei as mãos, pedi, insisti, chorei.

Quem sobreviveu, não vê em ti arrependimento.

Nem o som que sai te tí é inocente.

Responda-me: Há, ou houve, em tí amor por quem cativas?

Ou é só prazer de possuir por breve instante

E depois lançar à praia os corações sem vida?

Aquele que nos criou nos observa.

E virá dele as respostas.

Sé há injustiça ou engano.

Ele secará os prantos e acalmará as águas devoradoras.

Mas, por amor, ou por misericórdia, lança-me hoje a bóia que lhe pedi.

10/01/10

Etelvina de Oliveira
Enviado por Etelvina de Oliveira em 10/01/2010
Código do texto: T2022280
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