PALAVRAS SILENCIOSAS

 
Meus versos são pontes,
por onde posso transpor
o caminho invisível da imaginação;
são cachoeiras reluzentes,
cuja emoção represada pode jorrar
livremente a céu aberto;
são luzes místicas,
de onde um fluído mágico emana
fontes inesgotáveis de inspirações.
São janelas entreabertas, onde posso fugir
da realidade confusa
e ser capaz de realizar transformações.
Minhas palavras são simples,
assim como deveriam ser os dias...
Só necessito de caneta e papel
para ver a magia de rabiscos
se transformarem em arte,
na qual sou capaz de fazer o silêncio
transmitir meus pensamentos
e minh’alma dissolver as mágoas,
pois não devo permitir que ressentimentos
ofusquem meu raciocínio, enodoem
minha lucidez ou emudeça minha sensibilidade.
Nelas, não silencio meus anseios e fantasias
e não perco a esperança de encontrar a felicidade.
Por isso escrevo...
Seja lá o que for, transformo em poesia...
Palavras silenciosas que afugentam a solidão
e aquietam o inquieto coração.
Visto o manto argentado da harmonia,
fabrico sonhos e dou asas ao vento...
Sou a alegria da dor,
o sorriso da lágrima,
a flor da união que desabrochou
iluminando a névoa da escuridão,
anunciando o advento de um novo tempo.
Sou renúncia e doação, ardor da paixão...
Sou água, fogo, terra e ar...
Sou a nostalgia da partida
e o aconchego do retorno.
A paz que invade a imensidão,
na clemência gratificante do perdão.
Sou o que quero ser
e não o que sou...
Sou amor!
Sou livre!
Sou Vida!
 
2005

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 28/07/2006
Reeditado em 25/10/2009
Código do texto: T204268