Amor e Morte

A morte crocita ausência em suas asas

Farfalha a angustias,

Murmura a existência morta

Na primavera dos anos.

Sóis sombrios agonizam no silencio,

Mutilam as horas como uma cimitarra

Na alma do poeta que chora.

Sonhos embalam meu recato.

E a morte possui mascaras de densa ferrugem

E o amor? Esse filho bastardo da dor,

Esse enigma do instinto, labirinto orgânico

Onde o fogo dos genes crepita

Como remoinhos de um futuro sem fim.

A noite é minha obsessão

Meu critério insensato onde a luz

Trai sua essência de anjo pecador.

Sim sou o monturo das brasas negras

Sorvo o negro fantasma do abandono

Rechaço a religião dos bastardos e hipócritas

Mas sou o amor em cada sorriso

De meu casto coração...

Não morram por mim, mas

Permitam que eu morra por vos...

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 21/01/2010
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