Amor e Morte
A morte crocita ausência em suas asas
Farfalha a angustias,
Murmura a existência morta
Na primavera dos anos.
Sóis sombrios agonizam no silencio,
Mutilam as horas como uma cimitarra
Na alma do poeta que chora.
Sonhos embalam meu recato.
E a morte possui mascaras de densa ferrugem
E o amor? Esse filho bastardo da dor,
Esse enigma do instinto, labirinto orgânico
Onde o fogo dos genes crepita
Como remoinhos de um futuro sem fim.
A noite é minha obsessão
Meu critério insensato onde a luz
Trai sua essência de anjo pecador.
Sim sou o monturo das brasas negras
Sorvo o negro fantasma do abandono
Rechaço a religião dos bastardos e hipócritas
Mas sou o amor em cada sorriso
De meu casto coração...
Não morram por mim, mas
Permitam que eu morra por vos...