Você, minha nostálgica alegria

Após tanto tempo

Apostando no templo

Do seu coração ausente.

Espero-a constantemente

Numa ilusão mental.

Que o meu singelo amor

Seja o seu mais puro nectar,

E você o seu dourado beija-flor.

E serei o seu adorado beijador

Mesmo que, fraternal

Ou fraternalmente.

Meu primeiro amor,

Alongado presente

Que o tempo alongou.

Na minha imaginação

Ainda muito crente

Nesta restauração.

Aonde vaga bela flor

E cacofonicamente:

O seu odorífico odor?

De amor transparente.

Vaga-lume-luz,

Recorda-me luzente

O peso desta cruz.

A ilusória nostalgia

De muito antigamente.

Quando pensei ser gente

Num mundo pueril

De indulgente poesia.

Hoje, o sulco da idade

Sulca a minha felicidade.

Mas não sulca minha ilusão,

A minha velha paixão

De mente juvenil,

Já espelhada no verniz

De um brilhante caixão.

Porém, ainda estou vivo

A rever meu velho arquivo

De uma primeira ilusão

Verdadeira, que restou.

Qual coroinha coroou

Sua heroica sagacidade

De primeira comunhão

Cunhada em sua idade.

Talvez, hoje coração ateu,

Dor que da vida recebeu.

Deixe-me viver a sonhar

O mínimo que ficou

Duma cansada memória

Que o velho tempo

Ainda não apagou.

Minha bizarra estória,

Pseudarealidade da idade

De encanecida mente

Inocente e transparente

De um velho sonhador

A insistir encanecidamente

A sonhar o passado-presente.

Como está, bela beldade?

Mais uma redundância

Que só o tempo alcança

No peito de velha criança.

Eu... Muita saudade.

De um amor que definhou

Em uma mente sem juízo

Que o juízo ajuizou.

A sofrer o amanhecer

Num eterno paraíso

De cada momento eterno

Que o tempo eternizou...

A esperá-la sempre atento...

No meu estado tormentoso

Qual, jamais me abandonou.

Glória a Deus eu sempre dou.

Apesar de pecador tortuoso,

Possuo um coração bondoso

Qual você um dia o desprezou

Airosa e contundentemente...

Como é bom sofrer de amor

Mesmo que, virtualmente

À mente de um velho sonhador...

Sendo mais verdadeira

Que a de um jovem galanteador...

É a mente que mente verdadeiramente

Ao velho carcomido, porém, crente no amor.

O amor é atemporal...

Independentemente do seu estado de espírito...

jbcampos
Enviado por jbcampos em 22/01/2010
Reeditado em 22/01/2010
Código do texto: T2043906
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