A Lua

A Lua

Olho o inigualável lume

Onde já nos encontramos.

Traz, a brisa, o teu perfume

E o calor que irradiamos.

Nos vergéis cheios de ramos

Se apagaram, nossos passos.

Do tempo em que nos amamos

Restam traços tão escassos.

Hoje, a noite tenebrosa

Sem querer nos reproduz

Conduz luz misteriosa

Que nos toca e nos seduz.

Impávida, nos convida

A unir nossos olhares

Numa luz que emana infinda

De impossíveis patamares

São luzeiros milenares

E que nesta noite, ainda

Brilham só p´ra me encontrares

Num cruzeiro, noutra vida

(Djalma Silveira)