ENGOLIDO PELA PAIXÃO.

Tarde clara, me desligo de tudo, volto ao mesmo lugar de sempre, onde meus hormônios explodem no corpo que é só corpo.

Surge a deusa de meus impulsos incontroláveis, me beija com suavidade, não há arroubos nem pressa.

Em suave bailado dos sentidos desnuda toda sua sensualidade, se entrega ao ritual dos desejos com inigualável sutileza, não é um ser qualquer que faz da natureza-mãe um meio de trazer simples prazeres, serve o banquete afrodisíaco que varre o sonho do imaginário.

Me encontro febril, trêmulo diante de tanta luxúria; como pude entregar meu corpo a esse ponto, como me tornei escravo de minha química nessa intensidade?

Não há amor, só gula e repasto de carne que invade as mãos em séquito de procura, fausto que regala.

Arfante a procura de ar minhas forças buscam últimas reservas de vigor, me esqueço do tempo que já passou e não suporta mais tantas tardes que exaurem.

Não sei quem sou, se há tempo ou forças, me perdi no espaço sem medidas, só sei tirar do tempo do agora o tudo que ele me dá e vejo que acabou, acabou a tarde, acabou a festa dos sentidos, da carne, diviso meu corpo inerte ao lado da deusa do desejo que mata, acabei assim no último suspiro que não soube avaliar, ENGOLIDO PELA PAIXÃO.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 26/01/2010
Código do texto: T2051784
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