Minhas drogas
Abrindo a porta de meu quarto
vejo poesias e drogas,
remédios e tumores,
minhas palavras rosnam aqui.
Só drogas me condenam
e poesias me drogam.
sei que é confuso
mas droguei minhas presas e as recolhi.
deito o tubo negro em meu braço,
meu sangue escorre aos poucos,
escrevo em vermelho
desenhando rabiscos de um amor.
deixo correr uma reta
no papel que acendo, queimando aos poucos.
Me deixa contente,
não preciso disso.
frases rasgadas,
papel em chama, cães em minha mente,
desejo e luxúria,
amor e ódio, perdidos em minhas mente.
não avançarei em ti,
mesmo querendo teu sangue
não preciso disto.
meus descendentes não carregaram tua parte.
os entorpecentes de minha alma
não terão teu nome!
minhas letras me enlouquecem de você,
drogam minhas presas ...
preciso disto, preciso de ...