Costumes

Quero arrancar suas sombras dos meus objetos

Que um dia foram impressos com tanta ternura

Sei que meus sentimentos farejam seu regresso

Mas meu corpo não aguenta mais amarguras

Alguns pertences se mexem sentido sua falta

A sala adoece em algum ponto da madrugada

Cama trêmula machuca meu sono

A sua voz sai de algum canto da casa

Lembra-se de como contava os meus sonhos assim que acordava

E você de piada os interpretava?

Durmo espalhada no amplo vazio do leito

Quase sentir seu toque, tornou-se um pesadelo

A pele é burra quando se apega à memória

Mas não tem culpa de saber o que é melhor pra mim

Involuntária sensação de distância

Que faz meu dia ter um gosto de fim

Ainda me sinto perdida

Esbarrando nas brechas dos seus hábitos

Ao mesmo tempo, forte e tranqüila

E meus costumes, solitários