Na palma da mão


Escreve, discorre, retorce
O lenço encharcado
Distorce
Destorce
Mesmo que force
A água não sai
Não cai
Na plantação

O veludo
Da rosa vermelha
De pétalas que caem
Formando tapete
Feito lábios molhados
Dos beijos teus

A folha
Que embora outra vez vai
Na onda do vento
Carrega sentimento
Num só movimento
Das vagas do tempo
Que no ar se esvai

Vejo à distância
D’um toque, d’um sopro
Que foge, escapa
Pra brilhos distantes
Aquecidos nos sonhos
No escuro da noite

Na espera
Eterna, faceira
Passando devagar
Sem querer passar
Querendo ficar
Num canto tranqüilo
Simplesmente a sonhar.
Fátima Batista
Enviado por Fátima Batista em 03/08/2006
Reeditado em 10/12/2007
Código do texto: T207940
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