A BUSCA

Vivia eu a procurar por ti

e no então silêncio de meu amor,

imaginar as distâncias que nos separavam

E foram muitas as casas que conheci,

e por onde dias, talvez anos, vaguei,

simplesmente,

em busca de algo que me lembrasse teus olhos

Fortalezas construi

onde protegia com a própria vida

quaisquer vestígios que entendia como teus

E quando perdido em ruas estranhas ou,

consumido pelo cansaço dos desencontros,

eis que n'algum horizonte, levantava-se tua voz,

recitando-me versos,

que eu haveria de te escrever um dia

E assim, muitos séculos atravessei,

cavando esperanças em cada tempo,

repetindo teu nome sem ao menos sabê-lo,

e buscando-te ainda mais,

quando menos te buscava

E quando teu corpo, em carne,

finalmente postou-se a minha frente,

decretando o que seria o fim, de tão incansável procura;

foi então que pude olhar em teus olhos, e perceber,

que em meio a tantos mares,

montanhas e terras distantes;

era em meu peito que moravas, todo o tempo;

adormecida,

vivendo, pacientemente à espera,

do próprio beijo teu ...

Marcelo Roque
Enviado por Marcelo Roque em 11/02/2010
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T2080855