Desabafo (poesia amorfa) - “Separaçao”
Enquanto luto, voce me condena.
Sobe no alto de teu pedestal,
e, imponente, critica meu trabalho!
Dou meu sangue, voce diz nao ver nada.
Digo: aquieta! Lhe imploro: Socorro!
Eu poeta eu meu canto de dor,
sou rasgado por seu desprezo.
Lhe peço: observa a vida que corre
me ouça, por favor, me ouça.
enxergue o alem que nos atrapalha.
A tua luta de dentro, é outra luta,
na minha luta, nao nos encontramos
(diafonia)
me calo, me dobro quase sem forças,
meu corpo enfraquecido,
colite maldita insiste em
nao me deixar,
(lágrimas...)
Levanto meus olhos, (tento seguir)
Lhe dou um sorriso, voce fecha o rosto,
vira para o outro lado
zomba de mim, nao se importa,
me justifico, voce desconversa,
voce diz que faço tudo errado,
mas, eu ajo no desespero.
me aproximo, lhe abraço,
voce me empurra, saio pela porta da sala,
ouço voce dizer: - nao vai levar suas coisas?
saio sem levar nada, mas,
noutro dia pego minhas coisas
saio, olho pra traz e te miro
me mandando um beijo, (ja em lagrimas)
lhe digo: por que faz isso comigo?
entro em parafuso.
Sem rumo
subo as escadas levando minhas roupas,
decisao dificil,
(desço ao profundo abismo)
no carro as lagrimas molham minha face,
no intimo o desejo de nao ter nascido,
morre ali o amor de um poeta...
garoa fina,
as gotas no parabrisa deslizam
na lembrança o choro de meu filho,
- entao, fico mais mal...
sei que ambos sofremos
nao te condeno,
pelas palavras, torpedos,
veneno estilhaçando meu coraçao.
me vejo quase sem forças,
me esforço, levanto,
sigo minha caminhada,
nessa estrada de enigmas
paira sobre mim a tristeza,
a felicidade é tao rara, nem um minimo pedaço,
vem dissolver minha agonia,
as suas lagrimas todos viram,
as minhas, em meu canto,
o meu pranto, ninguem viu...