Pergunte ao coração
Vivo enraizado em chão de terra
Em meio a um imenso campo
Nos meus galhos moram criaturas da noite
Ansiosas por carne e sangue
Na distância de um olhar
Um tamanduá explica para uma formiga
Os mistérios da vida
Senão bastassem uns poucos dogmas
Tão pouco resta à estação das flores
Enquanto a acidez do tempo
Derruba as folhas antes do verão
Cuidam delas o jardineiro de Prometheus
Toda noite , enfeitados
Raios selvagens cruzam os ceús
Cabelos de luz encolerados
Deuses clamando por guerra
Eu rezo pedindo clemência
Pois aos visionários das intempéries
É dado o dom do silêncio
Mágoa a escorrer na garganta
Por mais que os tardios desejos
Insistam em cantar paixões de inverno
Por mais que as vontades de ferro
Prevaleçam sobre os leves sentidos
Amores sem fim
Frutos de Elizabeth Arkham Asylum
Nada esta por demais alto
Pergunte ao coração