Pergunte ao coração

Vivo enraizado em chão de terra

Em meio a um imenso campo

Nos meus galhos moram criaturas da noite

Ansiosas por carne e sangue

Na distância de um olhar

Um tamanduá explica para uma formiga

Os mistérios da vida

Senão bastassem uns poucos dogmas

Tão pouco resta à estação das flores

Enquanto a acidez do tempo

Derruba as folhas antes do verão

Cuidam delas o jardineiro de Prometheus

Toda noite , enfeitados

Raios selvagens cruzam os ceús

Cabelos de luz encolerados

Deuses clamando por guerra

Eu rezo pedindo clemência

Pois aos visionários das intempéries

É dado o dom do silêncio

Mágoa a escorrer na garganta

Por mais que os tardios desejos

Insistam em cantar paixões de inverno

Por mais que as vontades de ferro

Prevaleçam sobre os leves sentidos

Amores sem fim

Frutos de Elizabeth Arkham Asylum

Nada esta por demais alto

Pergunte ao coração

carlos assis
Enviado por carlos assis em 20/02/2010
Código do texto: T2098059
Classificação de conteúdo: seguro