Apologia ao ceticismo
A lâmina que translada o meu peito,
Forjada na frieza da tua voz,
Acorda-me um parasita atroz
Que me corrói quando me deito.
Todas as minhas mágoas conjugadas,
E o somatório das minhas decepções,
Canalizaram nas minhas emoções
Um temporal de esperanças esfaqueadas.
Um turbilhão de confusão me consome,
A racionalidade do meu crânio some,
E eu me exponho ao ridículo de amar!
A desilusão é o meu consolo,
Pois me afasta do pensamento tolo
De que também posso me apaixonar.