BARCO DO AMOR
Navego nas entranhas da solidão.
Um vício lúgubre e tedioso.
O asco de rancores que foram sepultados, de cortinas empoeiradas e um palco mal iluminado.
O ensejo permanece entranhado, no meu peito.
E só vê-la, não é suficiente. Sinto-me um escravo de uma mina abandonada, acorrentado no limbo. Um ser intragável.
Navego em mares tortuosos de desamores.
Um fio de uma boa lembrança guia-me como farol, para livrar-se dessa barca triste e medonha.
Arranco-me de ti de vez, para entrelaçar-me, em boas correntezas.
Neguei-me muito
Fui para o fundo
E hoje me encontro, esguio dessa embarcação de devaneios e desilusões.