ALENTO PARA A SOLIDÃO
 
 
 
Queria cicatrizar as feridas...
Deixar de tatear às cegas
na escuridão do desamor...
Que os ecos invadissem
o vazio, onde ora me escondo
e a saudade alternasse seu lugar,
com uma felicidade bem-vinda!
 
Queria um grão de sonhos
que germinasse novas emoções,
sementes de ilusão para plantar
em outros tantos corações,
onde a vida brotasse livremente...
 
Que palavras fugissem da clausura
e voassem ao encontro de todos
que necessitem de uma prece de cura,
um ombro consolador e amigo.
 
Elos que se encaixassem
de forma precisa e perfeita
e polidas fossem todas as arestas...
Que não houvessem nós
sendo desatados, fé desfeita!
Rancores ou desilusões
encarcerando alma em prisões
e que as lembranças possam
seduzir a paisagem dos momentos...
 
Apenas um olhar que espelhe lealdade,
sorriso ilumine em sinceridade
e os instantes se eternizariam
na plenitude dos sentimentos,
que à tudo argentariam!
 
Todo som será uma canção...
Seus acordes invadirão a imensidão
e a magia do amor renascerá
atemporal e serena,
tornando a vida mais amena.
 
E a cada dia que se faça
que a dor no peito se desfaça
e a alegria em  forma plena
floresça, em toda estrada
um manancial de inspiração
abrindo um caminho sem espinhos.
Trazendo consigo um abrigo,
porto-alento para a solidão...
 
 
 
 
 
2006
 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 07/08/2006
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T211257
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