DESABAFO

Tenho andado desestimulada

Até meio afastada.

Chego em casa e não tenho o que esperar,

Não há mais você do outro lado da telinha pra me escutar.

O encanto partiu, quebrou, se esfacelou...

Já não sei se fui que te deixei ou você que me deixou.

Também não importa, o que importa e que o tempo passou,

E que a saudade aqui ficou.

Saudade quase palpável de tão real

Neste mundo onde brincamos com o irreal.

Não conheço sua aparência,

Apaixonei-me pela essência...

Essência essa achar conhecer,

Mas hoje sei que de você nunca soube nada,

Vivia iludida, aparvalhada.

E é entre lágrimas não de rancor

Mas sim de muita dor

Que chego a terrível conclusão

De que nunca sequer arranhei sua emoção.

Nem quando me declaraste morta e enterrada,

Senti-me tão desvairada!

Imaginei ser uma raiva momentânea,

Mas entendo hoje que foi uma declaração espontânea.

Querendo te conquistar,

Acabei por te afastar,

E essa distancia que entre nós se fez,

Faz-me morrer um dia de cada vez.

Errei porque insisti...

Errei porque não desisti...

Erro por até hoje te buscar

Dentro do meu peito e lá te encontrar...

Sua voz ainda ecoa em meu ouvido

E eu a beira da loucura vou perdendo o sentido.

Se um dia você puder me perdoar,

Lembre-se de que estarei aqui a te esperar.