O AMOR
O amor, essa semente ardida
Que cai na terra e a obriga
A cuspir flores amarelas,
Amanhecidas,
Gerânios acontecidos entre guerras,
Vasos em que brotam vastos sonhos,
Ignotas pétalas nos quais risonhos
Deuses riem de crianças humanas,
O amor, esse punhado de nervos,
Esses indolentes medos,
O vaso cheio até a borda,
O poço onde grita a corda
E traz à tona água morna,
A luz, veludo de pernas,
Desejos e segredos
Que à alma torna.