Essência


E o pôr-do-sol e enfim, apareceu;
O amanhecer vai longe, aconteceu...

O alvorecer me chamou: eu nasci
Nasci plena de amor no mundo ateu...

A aurora marcante, brilhou tão lúcida,
Palpitante no coração de plebeu...

Estrelas surgiram em meu caminho
E com elas fiz lindíssimo camafeu;

Sorrio, aprecio esse lusco-fusco
Que deixou gosto bom nesse pitéu...

Em cada amanhecer, cada arrebol
O avermelhado tom não se perdeu,

Envolveu mais e mais os corações
Amei as noites escuras feito breu;

Jardim florido em todos os crepúsculos
Marcou o colorido do meu troféu;

Eis que surge entardecer no horizonte...
A luz, o brilho, enfim, o tempo roeu...

Leva as tardes claras, deixa o poente
Que vem quieto... rolando como pneu...

Agora é hora do crepúsculo, de ave
Encolhida no galho olhando o céu...

Repito Ave-Maria, às seis da tarde;
natureza encontra seu apogeu.

O tempo não é de decadência
Mas de festejar esse jubileu...

Mesmo que chegue ao fim a aprendizagem
Os meus momentos não tiveram véu...

Cada amanhecer, ou crepúsculo foram
Intensos de mim, não foram de réu

Esse ocaso que se aproxima célere
É paz, e o recebo porque é só meu.

MVA
Enviado por MVA em 08/03/2010
Código do texto: T2127676
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