Velar Teu Sono!

Hoje vim apenas para velar-te o sono.

Ver-te tocada pelos dedos de Morpheu...

Cerradas estão as esmeraldas... Adormeceu

A musa dos lábios-fúlgidos-rosais...

Adormeceu olhos-azuis-boreais...

Ficarei te velando... Pacientemente

Até que venha “Dedos Rosados"

Descerrando as cortinas do dia

Para que Osíris, eterno valente,

Jorre paz, saúde... Constelações de alegrias...

Quero ver o teu despertar; nua, ir até a janela

E abri-la...

Deixar penetrar no nosso ambiente

A brisa matutina...

Deixar o orvalho tocar o veludo macio

Das suas faces rosas, purpurinas...

Ó minha querida!...Fada Encantada...

Que o sereno da madrugada enrosque

No emaranhado cabelos teus!... Amada!...

Deixe que lhe beije os perfumes lilases

Toda extensão desse universo-corpo-mulher!

Adentre-lhe a alma todos os sonhos, insuflando

Todos em meu espírito opaco, fosco...

Que os ventos das monções indianas possam

Tocar-lhe e, faço votos, que deixem suas úberes

Rígidas e teus olhos açucarados pelo mel que flui

Essência fabulosa que sai em favos de ti,

Deusa majestosa de melodias pulsantes e estelares,

Fruta doce, cultivada com lágrimas, erigidas em sacro

Pomares...

Ponto de luz em fuga perdido pelas paralelas de um

Globo...

Farei-me de mármore estátua, gigante em Liliput,

Montanha...

Sempre virei velar-te o sono...

Ver o sol te dardejando com seus filhos de fogo,

Penetrando quente em tua tez alva, lava, macia...

Sempre ver-te-ei tocada pelos dedos de Morpheu...

Lembras?

És minha...

Sou teu...

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 14/03/2010
Código do texto: T2138229