Não posso fazer poemas de amor

Às vezes também o amei...

Em certas praias sentia frio e o abraçava

Outras tardes enquanto caminhava

E o céu já anunciava aos poucos, o escurecer

Pensava e sutilmente sorria:

Não posso fazer poemas de amor!

A natureza me confidenciou outra realidade

As praças de encontros marcados

(quando não inusitados)

Traz a triste graça de amores novos,

Porém não posso escrevê-los!

Mas devo crer que ainda o amei:

Em portos de despedidas e chegadas;

Bares de conversas e cantadas;

Em casas floridas e bem perfumadas;

Por todos os erros que acertei.

Às vezes lembro que também o amei!

Mas sei que não devo mais!

Devo guardar os mórbidos domingos

Não fazer poemas com cheiro de flores vermelhas

Em noites de chuvas e mimos.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 15/03/2010
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