Duas metades

São duas cordas

Duas metades

Um nó

Repara como não é uma corda só

São dois pedaços de nós, do nosso amor

Foi uma corda que esticou, esticou, esticou

São duas caras

Duas metades

Um beijo

Pintado pelo vicio nitido do desejo

Separadas pelo vinco vitreo do azulejo

Foi o tempo que quebrou, quebrou, quebrou

E enquanto partimos e reatamos

Enquanto quebramos e retocamos

Simplesmente nem reparamos

Que de tantos nós a corda encurta

Que de tanta tinta o amor deturpa

E que sem a corda que nos une

Ou o azulejo que nos espelha

Não há lume nem centelha

Nem vontade que nos nos valha

Que nos livre do queixume

E ateie este amor de palha

Navalha escorrendo em ciume.

TrabisDeMentia
Enviado por TrabisDeMentia em 11/08/2006
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