Meu Deus! Tomara...

Que àquela menina entenda

Perceba e se desprenda

Venha seminua ou vestida

Que a vida não é só feita...

De ausências, rendas e prendas

E logo por aqui depressa apareça

Que ela comigo não se aborreça

E que a nossa amizade só cresça

Tomara... Meu Deus! Tomara

Porque a amo desde criança

Quando a tirei pra uma dança...

Passei todos os dias a pensar nela

Na cidade, no campo, nas estrelas

E agora vivo nessa esperança

Na praia, na selva ou na relva

Que não se afaste e fique juntinho

Bem pertinho do meu carinho

Tomara... Meu Deus! Tomara

Porque adoro o nosso chamego

Não dispenso nem um pouquinho

Pelo imenso amor que lhe trago

E isso eu grito alto e não nego

Quero ser pra ela um abrigo

Realizando todos os sonhos

Que sorria o seu riso mais lindo

Adormeça aqui em meu colo...

Sussurrando palavras queridas

Ao som do bolero de Ravel

Tomara, meu Deus tomara...

Ela não me falte neste cantinho

Ouvindo declamar meus versinhos

Que comporei e os direi baixinho

Mesmo sabendo que ainda não sei

Mas que os escreverei à luz do luar

Tomara, meu Deus tomara...

Que ela confie sempre em mim

E me traga os seus beijinhos

Os abraços quentes que eu gosto

Ao sentir seu perfume de jasmim

Hildebrando Menezes

Nota: Inspirado em ’Tomara’ de Vinicius de Moraes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/03/2010
Reeditado em 17/03/2010
Código do texto: T2143961