Amor em Dois Lados

O amor da alma

É brando e divino

O amor do corpo arde

Nada tem de menino

Amo.

Amor, amar,

Ser amado...

Que é isto de fato?

Amor do corpo.

Amor da alma.

Amor que dói,

Amor que acalma.

Contradição.

Corpo e alma.

Dor e calma

Ódio e ternura.

Amor do corpo chora.

Amor da alma sorri.

Amor do corpo: angústia

Amor da alma: feliz.

Amor do corpo,

Quer pressa.

Diante ou de longe

Nada mais interessa.

O amor da alma

Afaga ao longe

Contempla de perto

Espera como um monge.

Amo do corpo

Chora e grita

Pula em todos extremos

Maldita!

Ah! Amor da alma!

Sorri e suspira

Idealiza em todos os tempos

Eis que conspira!

Amor do corpo

Nada satisfaz,

Quer sempre mais

Nunca se apraz.

Amor da alma

Sem queixume

Enxerga só prazer

Sem nem pensar no alvorecer.

Amor do corpo

Tanto exige

Ama, briga,

Mata e morre.

Amor da alma

É ascendente.

Ama incondicionalmente

Não sente desvarios.

O amor do corpo passa,

Corpo se desgasta.

Assim como esse amor

Descendente, transuente...

Não vale a pena.

Corriqueiro e medíocre,

Cai no vazio, no nada

Porque corpo se acaba.

Amor da alma,

Cresce e transcende

Como alma reluzente

Que não se apaga.

Amor eterno.

Não pede nem briga,

Ama e abriga

Acolhe e harmoniza.

Em todas esferas

Não vê tempos nem eras.

Eterniza o sentimento

Juntando o que foi

Ao que não foi,

Em promessas de amor

Por todas primaveras.

Adriana Campos

08/01/2005

Adriana campos
Enviado por Adriana campos em 11/08/2006
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