AQUILO QUE SE CHAMA AMOR
Sentimento assim desmedido
Ferida que não quer curar
Aquilo que se quer sem perder
Preciosos são seus valores
Incansáveis suas sensações
Na busca total por não ter.
Amores que vem, amores que vão
Difícil tentar não perdê-lo
Mesmo que se tenha zelo
Mas que quando acaba não tem jeito não
Inesquecíveis momentos vividos
Que mexem com os cinco sentidos
Na troca de carícias ofegantes
Do desejo que move os amantes
Por fazer o tempo parar.
E nesse exato momento
Com passagem pro firmamento
Paisagens nem são necessárias
E se ali existe um leito
Repousa teu corpo em meu peito
Faça teu rio desaguar no meu mar.
E que a mim Deus permita provar
Desse cálice de poder que embriaga os fracos
Mas que até pra se ser tolo,
Tem que ter tudo a ver
Pois se quem pensa ser tão esperto
Numa flechada em sentido direto
Das mãos do cupido se faz renascer.
E esse tal sentimento aflorado
Se entregue nas mãos do ser excitado
O faz deleitar-se de tanto prazer
E mata a tua sede ao beber do néctar
Que brota das fontes pelas quais se banham
Os tolos, os loucos, os poetas, este autor
Nos permita ao menos uma vez na vida viver...
“Aquilo que se chama amor”.