A ESPERA DE ALFORRIA

Bendita esta dor que me invade o peito

Esmaga meus pulmões e me rouba todo o ar

A morte, tão ansiada, já não vai mais se recusar

A me levar deste vil cárcere perfeito

Tão logo sentia os frios dedos da morte, acordei

Do que para muitos seria um pesadelo medonho

E que para mim era apenas um doce sonho

Pelo qual tão pacientemente esperei

E a bendita dor que no sonho me leva à morte

É essa mesma dor que persiste enquanto vivo,

Ininterrupta e forte

De tantas saudades de você!

Oh! Que triste é a minha sorte

Que dos diversos caminhos a nos separar

Foi justamente escolher o da morte

A qual não podemos controlar

Como poderei assim te encontrar

Se sei que no céu você está

E por isso, minha vida não posso abreviar?

Oh! Que triste é a minha sorte

Viver assim, cativo à esta vida a esperar

Pela alforria de minha morte

Para que possa novamente te encontrar.

Roger Beier
Enviado por Roger Beier em 12/08/2006
Código do texto: T214790