Amor Sem Fim

Amo-te de forma feroz e felina

Simplesmente quero te amar.

Meu peito em fogo a queimar

Chama-te teu nome, Bailarina.

Em que sítio insiste em pousar?

Caracas, Calicute ou Cachemira?

Bariloche, Belo horizonte ou Bagdá?

Angola, Moçambique ou Argentina?

Volta! A casa, agora triste, chora.

Não irá querer que amanheça o dia

Com duas auroras

Nem que cessem os cantos das cotovias

Que pousam nas ramagens das rosas.

Volta! Deixe que avivem as margaridas

Até os raios de sol teimam em não perpassar

As densas folhagens dos nossos arvoredos

Para invadir nossos quintais em Beagá!

Volta! Muito me faz falta teus beijos

Longos, molhados, fervidos e meus.

Volta que em minha seita é o meu deus

Dona dos meus sonhos e de mim

Que irá realizar todos meus desejos

Sem candeias francesas ou de Aladim,

Sem lâmpadas de alabastro ou de gelos

Em cadeiras acesas, em mesas,

Em ciganos losângulos-caquí

Em ousadas e sacanas proezas

Numa cama redonda que inflama

Fantasiados de pierrôs e arlequins

Dois corpos salgando em brasas acesas

Chamas satânicas de um amor sem fim!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 19/03/2010
Código do texto: T2147980