Odes humanas
o amor
que se pretenda
seja mais vário
do que entenda
as razões por que se quer
tudo aquilo que convenha
e que por ser tamanho
em restrição se tenha
de não contar-se tal
coisa de coração
jeito de moenda
o amor
que se pretenda
caminhe na proporção
em que seja
a pura compreensão de que se ama
e a exata compleição de quem deseja
e se tenha claro
na escuridão dos medos
e que se tenha pagão
na religião de seus segredos
o amor
que se pretenda
seja às vezes joão
apesar do anonimato
e que se tenha sempre à mão
no cartório geral
de quem se abraça.