SEM PERFUMES


Numa noite de sonhos eternos
mergulhei nas ondas da paixão,
sorvi o cálice doce da sedução.
Embebedei-me em seu corpo suado,
adentrei nas ondas do amor
e ancorei num presente passado.

Sem você, sem seu amor
minhas mãos tocam o nada...
Prisioneira do brilho
que me ofuscava,
perco-me confusa
neste cárcere sombrio,
obscuro de se penetrar.

Envelhece rápido o tempo
sem o suor da emoção,
sem o canto do vento
e a brisa do mar
já não escutava
o som do coração
que de amor chorava,
aqui tudo é solidão!

Sem a luz do seu olhar
um espelho trincado
reflete o meu viver desfeito...
Já não sei dançar
no mesmo compasso
a melodia da vida...

No peito ainda não refeito
num plantio de perdas e medos
brotou um jardim de saudades,
sem perfume de felicidade.
A terra molhada tem cheiro
de mentiras e falsidades...

Sangrando,
vou singrar outros mares,
desterrar meus segredos,
espargir pelo ar
o grito que corta a alma
e num repente,
para sempre me calar...


2006


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 13/08/2006
Reeditado em 07/12/2009
Código do texto: T215663