Beijos Ao Entardecer!

Sinistro astro de chamas acesas

Nasce nos lábios do firmamento;

Dos cabelos quatro elementos;

Dos olhos colorais labaredas!

Fulge raios austrais da beleza

Beijada pelo deus dos ventos

Num espetáculo da natureza

Que não cai no esquecimento...

Vai o vento levando folhas decíduas

Pela estratificação da estratosfera...

São folhas as lágrimas da face caída

Lavando o sulco das rugas da Terra...

São lágrimas as pérolas das chuvas

Que fazem verdejar toda bela plantação;

São pó e partículas de nuvens escuras

Que lavam a poeira vermelha do chão;

Bálsamo refrigerante das minhas feridas;

Rios que banham e fartam toda população

Criando traços de ilusões em minhas retinas...

Aí é que me ardo todo e todo me inflamo!

Afogo-me nas lâminas que eu choro!

O astro eras tu, meu mundo rosa e azul;

A mulher morena que eu tanto amo;

Que me remoçou e que tanto adoro;

Que me fez novamente ser feliz e amar!

Vieste como uma santa em vestes brancas.

Dirijo-te círios... Erijo-te um altar...

Astro reluzente das chamas fulvas acesas;

Olho do mundo encantado onde sou rei.

No meu cristalizado castelo te faço princesa;

Incrusto diamantes e coloro da cor do sol

Aquele vestido de linho que um dia te dei

Após noitada boa entre o manchado lençol

Quando quebrantamos a santa sacra lei

Matando nossos desejos aos beijos no arrebol!

Beijos! Te amo!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 25/03/2010
Código do texto: T2159094