Passeando pelo canto em busca de mim mesma...
Vou, sem pressa, sem rodeios,
fazer esta viagem pelo canto,
sem me preocupar com o que dirão...
Sonhando com a peça da euforia,
divagando na poesia,
esta casa que é meu lar...
Quanta história conheci,
quantos versos escrevi,
quantos sonhos, quantas rimas,
quantas esquinas dobradas,
nestas ruas de paixão...
Com a mala da saudade,
vou andando devagar,
procurando me ajeitar,
num bosque ou num jardim...
Quando enxergo um sonho torto,
eu procuro mais conforto
no meu jeito de cantar...
Vêm as rimas, vem a dor,
embrulhar o meu amor,
que precisa de carinho...
Me abraço com a tristeza,
bebo o vinho da pureza,
continuo meu passeio...
O canto sente a brisa que o embala,
refresca-se no doce poema,
recomenda-me rever o tema
e me chama a versejar...
Vou com força de paixão
ao encontro de sua mão,
lhe entregando o coração...
Procuro sentir em mim
mais que vontade de amar...
Quero o sonho, não a dor,
quero paz e todo o amor
que eu possa lhe ofertar...
Não obstante essa ternura,
eu preciso de alma pura,
para meu canto viver...
Ficar longe da tristeza,
esquecer de toda dor,
provocada no meu seio
por um sonho de amor...
Preciso deste acalanto,
para mostrar ao meu canto
que eu desejo ser feliz!
Perto ou longe, que me importa,
só não quero que esta porta
abrigue mais solidão...
Quero meu canto vibrante,
menino forte, galante,
passeando ao lado meu...
Para que a tarde sombria
não me mostre, em cinza fria,
que meu sonho sossobrou...
Que restou em mim a sombra
de um amor que não voltou!
às 20:29 hs do dia 29/03/2010.