UM BRINDE AO TEU AMOR
© COISAS DA SAUDADE 02/06/2005
Garcia Chaves
Hoje o dia se faz tempestade.
É a falta que você me faz.
É a saudade se anunciando
me invadindo lentamente.
É a mesma tempestade,
que sempre passa por aqui,
é a clássica distância,
que me mantém longe de ti.
De repente sua imagem
passou por aqui e eu sorri
lembrando o quanto é bom
ter você, mesmo assim.
Meu pensamento viaja
não encontro nada ruim
nas redes da ilusão
onde um dia te conheci
Passo lento num caminho
encoberto de escuridão
onde percebo a vida passar
como um vento soprando frio.
tentando me mostrar
que na claridade da razão,
nosso venturoso amor
não é fruto de especulação.
E para ser sincero,
esbocei um outro sorriso
pra iludir a tempestade
que insiste em me acossar.
Faço a saber outra vez
que desta tua lembrança,
não espero nada além.
Nada além do seu sorriso.
© LOUCURA
Garcia Chaves 02/06/2005
Quão boa é essa mania
de guardar-te no meu peito
como se fosse uma fiel paixão
pensar em ti o dia inteiro
brincando de inventar
um jeito de abrir teu coração
Sei que sabes e entendes
do quanto eu quero envolver-te
nas linhas do meu viver
nas matizes des artimanhas
só pra ficar no teu regaço!
Talvez pensem que é loucura
não sabem que encontro em ti
o linimento pra minha alma
que acharei nesta sana procura
És para mim pura poesia
um sonho feito realidade
repleto de vida plena
coberto de sonho e fantasia
Isto porém não é loucura
Se assim quiserem, que seja!
Que eu seja louco por te amar.
Sigo te amando, vivo sonhando!
Acredites! Tu és a minha verdade.
© CAMINHOS DAVIDA
Garcia Chaves 02/06/2005
Nos laços do tempo
andei, atado, sem pressa.
Muitas vezes parei
para colher frutos
e alimentar a alma.
Se precisei correr, corri.
Quantas vezes cai
pisando em falso
escorregando.
Levantei, sacudi o pó
e prossegui iluminado
pelo brilho da tua estrela.
que me orientava os passos
Ventos frios riram de mim
névoas zombavam
da minha jornada
me encobriam a visão
depositavam obstáculos
me fazendo tropeçar
induzindo-me a voltar.
Não principiei a desistir.
Tinha destino certo,
O caminho traçado
entremeado de espinhos
e perfumado de flores
Sementes lançadas
em eras passadas..
És enfim a colheita
do que foi um dia semeado
És, menina, o resultado
de extenuante jornada
És o prêmio me outorgado
desde o dia que te conheci.
© SONHOS
Garcia Chaves 06/06/05
Num lugar distante ,
numa reduto sem igual
penetra pelas portas
e janelas semi abertas
saudáveis raios de sol.
Uma menina discreta
com ares de deusa
e encantos de fada
cantarola docemente
enquanto paciente
espera que eu apareça.
Ah! minha doce menina.
Não espere muito por mim
sou tímido, sou esguio,
além do mais sou medroso
tenho medo de me apaixonar.
© PRECIOSIDADE
Garcia Chaves 06/06/05
Não, meu amor, não esqueci você
Bem que tentei, verdade que tentei.
Cada vez que tentava
muito mais a lembrava
muito mais doía o peito
mais apertava o coração.
Maior fica a emoção
quando brigo comigo mesmo
tentando expulsar sua imagem
que de mim toma conta,
não importa pra onde eu vá
muito menos de onde venho.
Se vou, seus olhos me observam
quando volto seu sorriso me saúda.
É certo que não a esquecerei.
Por mais que eu finja distração
atalhos ativam lembranças.
Não me adianta negar
voce vive incrustada
como pedra preciosa
jóia rara abençoada.
Vivo além da vida,.
das emoções
desnecessário insistir.
Impossível esquecer você.
© INESQUECÍVEL MANHÃ
Garcia Chaves 06/06/05
Jamais a amei tanto, minha menina
como naquela manhã singela e fria.
A chuva caindo fina e vagarosa
o sol escondido atrás das nuvens
Em nossa imaginação candente
havia um céu azul de raios alegres
havia um céu de estrelas brilhantes
havia um bosque silvestre perfumado
havia a emoção do nosso encontro
tão esperado, tão rápido, mas feliz.
Eu a abracei , voce me abraçou
Foi tão pouco tempo, tão pouco...
mas nos pareceu uma eternidade
Sentir seu beijo no meu rosto
viver o meu beijo no seu rosto...
Foi por pouco tempo sabemos.
Tudo foi belo naquela manhã
naquele encontro inesquecível
Como a amei, minha menina!
© NÓS DOIS
Garcia Chaves 06/06/05
Se sua imagem aparece
minha alma se agita
E o coração, extasiado,
se vê recompensado.
Nossas marcas erguem
taças de felicidade
que tingem em muitas cores
feito giros de carrossel
envolto em flores e perfumes.
Nossos olhares
advêm os mesmo horizonte
flutuando feito balsas
por ondas de suavidade
É la que nossos espíritos
se encontram,
se tocam
se fundem,
para seguirmos juntos.
Você e eu.
Nós dois.
Dois corações.
Duas vidas.
Um sentimento
© TE RECEBO, TE ESPERO
Garcia Chaves 06/06/05
Vem! Vem ao meu encontro.
Envolva-me com teus afagos de cetim
Beija-me a fronte com o sabor de sempre.
Ansiosa, minha vida espera pela tua
nas infinitas cores sutis dos outonos
sem curiosidade aos teus segredos.
sem desvendar teus mistérios.
Se há outro caminho além dos versos
para o nosso encontro eu não sei
nem vagueio a esmo isso desejando
nas pergaminhos de palavras régias
que tanto, tanto nos envolveu
sem nos arremeter aos medos.
Que tu me amas não há dúvidas.
E a recíproca se faz verdadeira.
Foram os deuses que nos uniram
num lendário e amado inverno
desse jeito, em forma de sonho
como o surgir de um novo dia
que a realidade em essência exalou.
Por isso te recebo e te espero.
qual gosto primaveril que encanta
como as estrelas que cintilam
como embolinho de formas no céu
em clamorosas noites de verão.
© ETERNAMENTE
Garcia Chaves 06/06/05
Tua imagem não desvanecerá
no contramundo da escuridão
nem o tempo trará reflexos
vagos e bizarros na memória
Não extinguirás qual estrela morta
em feixes de retalhos de lembranças
Não serás apenas neblinas distante
ou pretenso descaso insano,
ou enganos do inconsciente.
De ti não invento dramas incomuns
nem arranco devaneios confusos
na tola embriaguez do coração.
Não és noite fria e esquecida,
lua opaca pelas nuvens escondida.
És fonte de luz que me aquece
e não me deixa evaporar na solidão.
Quando o sol desponta é um prelúdio
que me encontra lembrando de ti.
E quando a noite em silencio retorna
e me encontra recitando versos
sabe que estou pensando em ti.
© AUGUSTA
Garcia Chaves 06/06/05
Ó, augusta ! Toma-me nos teus braços
e repita que sou teu mais querido amor.
Em troca te dou meu reino de fantasias.
Meu cetro, minha espada, minha coroa.
Ocupa meu trono que é teu por herança
Antes, cavalga comigo pelas estradas
prados, bosques, montes e campinas.
Banhe-se ao meu lado nos riachos e ribeiros.
Embarca no convés de minha caravela
e eu te ensino a dominar as ondas do mar.
Baila comigo pelos salões do meu palácio
em meio aos reis, condes, duques e rainhas
para que se curvem ante tua suserania
e saibam que nascestes no vagar do tempo
numa noite egrégia, rutilante, sublime e calma
Que te invejem por seres filha da deusa
Te ponhas ao alto do templo imponente
para que admirem a púrpura do teu manto
e o resplendor de prata do teu véu.
Ó, menina! És augusta, és dádiva, és sonho!
Deixe-me adormecer profundo em teus braços .
Vela por meu sono, me afaste os pesadelos
e eu te amarei em doses de encantamentos
sem escombros, sem cansaços, sem abandono
porque o lugar encantado de onde eu venho
será eterna e somente teu, de mais ninguém.
© GRATIDÃO
Garcia Chaves 14/06/05
Abraçam-me as garras de
evanescentes temporais.
Sufoca-me o grito preso
na angústia de sua ausência.
Choro. Infelizmente choro.
Deixo as lagrimas rolarem
soltas, livres feito pássaros
na imensidão celestial.
Dispersam-se como as chuvas
e invadem minha boca
como as enxurradas
em antigos entardeceres.
Te amo, que ninguém duvide.
Se partires, desalentos virão.
Mas se ficares, me alegrarei.
E só terei que agradecer
à Deus por tua presença
eternamente bem vinda.
© ETERMENTE, MARIA
Garcia Chaves 14/06/05
I
Deixaste-me navegar por muito tempo
nas sinuosas ondas dos teus oceanos
saboreando cálidas e plácidas luzes de
passados sóis e luas de enamorados.
Envolveste-me com tuas mãos dóceis
recobrindo-me com véus de sonhos
nas distantes auroras de tons celestiais.
Ouvi as músicas pregueadas de som
brando e envolvente entoadas com
a luminosidade de tardes existenciais
vindas do mais profundo de tua essência
em flautas e coros uníssonos, multiformes
ignorando distâncias, curvas, fronteiras
Mirei nas faces multiespelhadas do céu
me deparei com querubins de tez rosadas
lustrosas e sorridentes apontando canteiros
brotando flores suaves de cores múltiplas
exalando músicas em vez de perfumes.
Deixaste-me com os meus passos lentos
seguir os teus na fragilidade das manhãs
esperadas com repetidas e reais promessas
de caminharmos juntos em dias vindouros.
Alcancei um Éden revestido com cortinas de
cetim, pisos de turmalina, paredes de topázio
risos de festas e ruidosos brindes de cristais.
Enfim te abracei, livre e maravilhado com
as fragrâncias dos jardins espectrais de tu’alma.
Era o teu selo eterno na minha memória
II
Pelas fendas do tempo renascem lírios
brancos de um passado de glórias que
insiste em sobreviver às intempéries
ás mutações e aos dissabores que carrego
agasalhados no silêncio abstrato das eras
que levam, adormecidas, as sombras fugaces
dos olhares inesquecíveis dos que amei.
Convidaste-me adentrar o paraíso onde reinas
para que eu não esquecesse jamais do teu nome
nem tua face, nem teu sorriso, nem teus lábios
nem a forma ou as cores do teu rosto
gravadas nos emaranhados das teias vivas
tecidas com os fios de sonhos inteligíveis.
Se hoje estou solitário nesta praça silenciosa
culpa alguma posso ou devo te imputar
Se em meu recinto não ecoam mais clamores
e o silêncio se faz presente, é porque o vento
do meu deserto se calou pra não me ver sorrir.
Marcaste-me o rosto com teu beijo passageiro.
A suserania dos anjos se projetou na transparência
quimérica de catedrais em nuvens dissipadas.
Era o começo entristecido do meu desnudo fim.
Repousaste em meu ombro a espada da glória
me transformando em teu sagrado cavaleiro
e me curvei solene embevecido e cheio de honra.
Mas quando as portas dos templos se fecharem
e as muralhas baixarem suas sombras sobre mim
verão teu nome e teu rosto na palma de minha mão.
© A FADA DORME
Garcia Chaves 14/06/05
Num galho de ipê
avisto a fada menina,
aquela do bosque
da minha infância.
Ela dorme.
Dorme sossegada.
Seu semblante é calmo,
exibe um sorriso.
Me aproximo a observá-la.
Os duendes e os bichinhos
campestres não me deixam
chegar perto.
–– Afaste-se! – sussurram -
Não vê que pode acordà-la!
Ela dorme e sonha.
Sento-me sobre um tronco
e ouço, o coro do bosque
regido pela soprar da brisa
que canta uma canção.
Com voz apequenada
acompanho aquelas vozes
“Dorme fada dos bosque
dorme minha menina,
dorme, dorme, meu amor”
© MEUS VERSOS PARA TI
Garcia Chaves 19/08/03
Ouve! Estes versos te ofereço
com o coração contente
feliz, por tua chegada.
Se ficares te darei meu amor
Farei-te outros se quiseres
e serei um menino feliz.
Continuarei oferecendo-te
versos de sonho e amor.
São simples quimeras, eu sei
Mas vão repletos de ternura
para que ouças e entendas
no silencio de tu’alma de menina
Versos meus, para sempre teus.
Para lembrares de mim
por tua vida enquanto quiseres.
Um dia, ao saíres da minha vida,
não deixe de revivê-los
em lembranças que o tempo
insiste em tirar de nós.
Escuta-os novamente
faz de conta que fui eu
quem mais e mais te amou.
Faça deles o passado de nós dois
num futuro que começa hoje
e vai até o tempo nos curve
mostrando com saudade o que se foi.
E se alguém quiser saber
quem estes versos te ofertou,
responde que foi um menino
que por ti se quedou de tanto amor.
E então, quando eu me for,
e souberes que não mais voltarei,
que outros versos não mais terás,
não chores nem derrames tua dor
ouça, no altos das arvores, as sabiás.
Seus cantos são todos os versos
que um dia guardei para ti.
© A VELHA MANGUEIRA
Garcia Chaves 05/06/05
As mangas caem ao chão
se esborracham frágeis indefesas.
A mangueira não pode mantê-las
sempre presas aos seus galhos
Me sinto entristecido
também não consigo manter
presos a minha vida
aqueles tantos que amei.
Não consigo soltar meu grito
que preso na garganta
não é ouvido por ninguém.
Ninguém sente a minha dor,
ninguém sofre comigo!
O coração ferido pede ajuda
implora alguma presença.
O tempo parou para mim,
a vida parou em mim.
A velha mangueira renascerá
quando retornar sua estação
mas para mim, o trem da vida
não me encontrará nesta estação.
© EXCELSA
Garcia Chaves 07/07/05
Enquanto noite lentamente arrasta
o seu véu enegrecendo a terra
anseio que o lume argênteo retorne
e alumie o caminho que me conduz
ao colo de minha amada onde busco
o néctar que me sustenta a alma
Assim o meu espírito se mantém
absorto e silencioso admirando
o nascente junto a linha do mar.
O sono me domina e tombo
mergulhado nas redes dos sonhos.
Quando os raios d’albor anunciam
a áurea aurora os pensamentos se
voltam à imagem da amada.
Abri os olhos e vi entorpecido
seu semblante meigo e querido
mirando-me com adoração.
Dos seus lábios brotou uma
serena e esplendente canção
Ouvindo tal maravilha
Sentindo os odores dos campos
desperto do êxtase quando
docemente me beija os lábios
e diz:
“Não te aflijas, meu amado
lembra-te que estarei sempre
te dedicando tamanho amor”.
Voltei-me ao som daquela voz
descobrindo no luzir de seu olhar
todo o amor latente em tal ser
luzente em cujo nome reside
excelsa e régia magia: Maria!
© GLÓRIAS
Garcia Chaves 09/07/05
Glória se dá aquela que
razão tem sido de objetos
de inspiração cânticos e poesias
nos últimos tempos desta vida.
Graças, amor e dedicatórias
a que veio enviada dos páramos
fecundos e nobres do norte,
que com fé e crédito me recebeu
Que o caminho do paraíso lhe
seja anunciado por méritos
e louvores perpétuos, coroados
de louros e o pão dos anjos.
Humildemente rendo-lhe graças
admitido de tamanha admiração
almejando que as luzes do céu
a iluminem por toda a eternidade.
© REVERÊNCIA
Garcia Chaves 09/07/05
És portadora de feições celestiais
que me cativaram em tempos idos,
dona de tamanho e mavioso brilho
que ofuscou meu próprio olhar.
Ó, amada filha da deusa antiga!
deixa-me expor-te meu afeto
Rogo tua atenção ao meu amor
que ora anuncio como pura verdade.