ata-nos em nós de coração

enterra

o teu punhal

no meu ventre

e risca devagar

todo o contorno

de dedos bem abertos

desce o vale

a outra mão na cinta

agarra e sente

todo o meio a morder

a dor da gente.

aperta-me nos dentes

da loucura.

prende-nos na língua

gestual.

saliva-nos

na carne da palavra.

escava a pele da noite

em modo urgente

e cose fundo

nossos braços de mar

em partição.

e se ao pulsar do sangue

a vida escorre

ata-nos em nós

de coração